Te
TE
Vejo-te em ombros desnudos
Vejo-te convite
Deleite de madrugadas gêmeas,
Silêncio que cala o teu
Sinto-te em lábios macios
Sinto-te derreter
Playground de minha língua,
Ninho seguro de meus versos
Envolvo-te em fim ausente
Envolvo-te por voltas e voltas
Se penso que já me enrosquei
De todas as formas
e cantos possíveis
Me engano na tua curva seguinte
Surpreendo-te só pelo torpor
Surpreendo-te pela tua cara de boba
E sentir o ar verter em sabores e rastros,
e cores de teu sorriso, ali, perpétuo.
Celebro-te fugaz, inquieto
Celebro-te feito espelho de bobice
Pois o sabor do sal das lágrimas
É perfume barato de esquina
Se comparado ao mar que bebo de tua boca.