Caminhos

Algo parecendo a eternidade de um silencio
Surge dentro de mim, sinto a imensidão orvalhar
Os meus pés, num ato romântico da natureza
Como se fosse uma canção dedilhada por
Meus próprios dedos.

Salivando os caminhos suavizando meu medo
Medo do inexistir dos dias vividos em segredos
Ando em passos curtos abandonando desejos
Como a lua abandona o sol por não encontrar
Todas as noites o sabor de seus beijos.

Fossem minhas as águas que caem no deserto
Seriam tuas também, não para tê-lo por perto
Mas pelo prazer de ver sorrisos em seus lábios
Sossego em nossos corações tão inquietos
Afrontados pelo temor de se entregar...

E perceber que é eterno esse amor, esse desejar
Se fosse eu dona dos rios, murmuraria sobre
Esse constante vazio que, sua ausência me faz
E me ponho a confessar ao silencio no grito
Da alma que não quero viver mais.

Mas se no meio do cerrado eu encontrar o
Grão orvalhado desejando em meu jardim
Florescer eu o alimentarei, que vire arvore,
Assim o sustentarei não o deixarei perecer
Neste dia, creia! Esqueci você