LUA E MEL

Luares e mel dos prazeres virgens,

Somos católicos em meio ao desvario de um pranto,

Somos católicos na contemplação de vago bem,

Somos o céu de nossa poética religiosa.

Lua nas trevas, mel no toque dos seios...

Nas trevas do rogo apaixonado nascerá a escrita de deuses.

Lua e mel, minha doce companheira,

No coração do enamorado desmaia os sonhos,

E disto brotará o poema que me estraçalha.

Nos lábios do místico moço se encontra a solidão,

Nos lábios da mística moça está os prazeres,

Lua e céu,

Lua e mel,

Lá longe um latido de cachorro,

Um falar de um bebê que a mãe não percebe,

Lá fora uns latidos de cachorros.

Um portão de uma casa que se abre,

Trazendo notícias de distantes lembranças,

Uma sensação de solidão misturada com um acorde de suspiros afãs,

Perto está do coração a luz do sol.

Um vento que baila no latido dos cachorros,

Um vento que carrega o trinado dos papagaios,

Tudo é poesia,

Tudo é lembrança de mulher.

Fantasia de sortilégios breves,

A novela que termina deixando os olhos marejados,

Um rio de sangue chamado egoísmo,

Falta esperança no mundo,

Falta amizade entre os pais e os filhos.

Você é o que acredita formar no coração,

No coração que os cachorros mastigam de satisfação,

Nada é tão triste do que abandonar um amigo.

Estamos feitos seres humanos.

Estamos criados irmãos bastardos.

Estamos arraigadas urtigas do pôr do sol,

Lua e mel.

Luares e meus sonhos de ladino imigrante,

Eu ouço pássaros chamando as noivas ao abandono da paixão,

Eu ouço crianças a cavalgarem cavalos de fogo.

Eu ouço velhos a mastigar manteiga virgem,

Eu ouço baratas a saírem dos narizes dos ditadores.

Amor e amor não basta,

O que muda é a caridade das favas do prato do órfão.

Onde foram meus cachorros bandoleiros?

Onde estão as cadelas que sangram de medo?

Onde estão os jogadores do jogar patético?

Perguntas e mais perguntas para um poema de um louco sem mecenas.

Eu sinto que as letras é a salvação do mendigo?

Gostamos de sermos seres humanos desencontrados.

Gostamos de ser e somos e sentimos falta da condição plebe,

Onde está a estrela que canta no pináculo do suicídio?

Onde está a dama que fuma os seus sonhos?

Onde está a jovem que esmorece de prazeres?

Onde está a criança que vislumbra o horizonte do seu eu?

Onde está o poema que fala de tudo é um só sentimento?

Fala escrava!

Fala pobre rei!

Fala doce rainha!

Fala doce menina pobre!

Fala doce canção do apogeu!

Fala ó insinuante e reles marginal ao adeus!

Porque eu sou um rapaz que mergulha nas flores, e se banha nos néctares do desejo violento e mal?

Maus são os cachorros que latem e depois me tragaram na melancolia da pífia miséria sem inspiração.

Estraçalhados estão os homens que brincam nos confessionários dos sacerdotes de um precipício.

Luz que envolve a cama e emana o amor,

Paixão que acende os sonhos dos heróis sem garbo,

Paixão e luz que dança da quimera de um beijo.

Tudo na vida é vibração.

Tudo na vida é dívida e ingratidão inconfessa,

Os palhaços construirão o futuro dos eleitos deuses de vergonhosa política que ofende os semideuses chamados de cidadãos.

O sol onde está?

O sol está na Tailândia,

E a lua foi guardada na Rússia,

Pobre dos Japoneses eles ficaram com a guarda dos planetas sem vida...

Onde estão os desejos que nos projetam uma emoção que desenha um trabalho digno?

Parem os seres de respirar poeira de derrotas,

Parem de acariciar os discursos escritos pelos carrapatos,

Parem de sentir felicidade pelo cantar do urubu,

Nada é tão magico e curativo como um sorriso de uma criança,

Nada é tão belo que não conquiste sua própria inveja,

Viva as ardências do primeiro afago que ti transcende ao Paraíso...

Tenhamos medo do quarto que absorve nossa cor,

Vida!

Busque vida!

Seja sua vida!

A paz é uma Deusa para todos!

Os lobos dançam ao redor da fogueira do sacrifício,

Os lobos comem a carne de tolos,

Ensimesmados morrem cedo,

Egoístas morrem dormindo,

Assassinos as vezes são perdoados,

Mas nisso tudo o amor cumpre sua legislação santa.

Os lobos estão ao teu redor,

Os lobos cantam teu réquiem,

Os lobos cumprem as profecias,

Os lobos arriscam o jogo do destino,

Os lobos são demônios amigáveis?

Cachorros eu ouço.

Cachorros eu perscruto,

Meu Deus as deusas ninfas não falam os ditames da minha poesia que translucida o meu fim...

Onde está o fogo das ideias?

Onde está o bem que eu pressuponho?

Onde está o ouro das ambições de um carinho?

Não poetize seus medos, eles são anciãos que guerreiam uma covardia do peito.

Vida é namorar,

Vida é noivar,

Vida é casar,

Vida é fazer amor só uma vez por toda a vida.

Dancem os montes,

Dancem os alicerces dos Infernos,

Dancem os apogeus dos ateus,

Dancemos na gnose que assusta os filósofos,

Porque onde está o leite estão as harpias.

Onde as abelhas estão com seu mel os anjos recitam Shakespeare no limbo...

Meu irmão eu tenho desejos de saber que cor são teus olhos...

Meu irmão morreu cedo...

Vida é sonhar com Deus e toda sua verdade que não atiça nenhuma fuga?

O Paraíso do Cristão (Seilá)

O Paraíso do Muçulmano (Seilá)

O Paraíso do Judeu (Seilá)

O Paraíso do Hindu (Seilá)

O Paraíso do Ateu (Seilá)

O Paraíso dos livros eu bem sei...

Verdades secretas da alma que sonda o prisma do meu aferir profundamente...

Onde estão as bruxas do quarto milênio?

Os alienígenas dos tempos do passado presente?

O suicídio não resolve, amaldiçoa-nos.

O suicídio não resolve mata o coração.

O suicídio não perdoa joga na face sua fraqueza oculta.

O suicídio não resolve mata o perdão da eterna beleza.

Jovem a vida é feita de tristeza...

E essa tristeza termina...

...Num gemer de ódio.

Num gemer de ódio.

Num gemer de ódio.

Num gemer de Othello.

Deste ódio nasce todas as guerras da paixão.

A paixão é fé que nos molda em... Professores.