Ao homem da minha vida
Se você soubesse, não o faria
Correria para receber-me a porta
Seu silêncio que tanto me incomoda
Faz-me demasiadamente fria
Queria olhar-te as vezes
Sorrindo dizer que te amo
Sem ouvir ser ledo engano
Ao falso julgamento que fazes
Bastaria-me um abraço
Singelo, um tanto sem graça
Aquele onde a tristeza passa
Por vezes, meio de lado
E olhar para os pretos cabelos
Já escondidos entre os brancos
Que lembram o homem franco
Que foste em teus devaneios
Quando me pegaste no colo
E meio desajeitado disseste:
"Não tenho braço que preste"
Sabia que aprenderia logo
E hoje sou eu quem lhe peço
Que ignore minha falta de jeito
Enquanto me encosto em seu peito
Tendo ao seu coração acesso
É um pouco difícil, deu pra ver?
Não obtiveste êxito na prática
Mas para ser pai não precisa didática
Basta apenas ser você.