Miss Cegura

toda vez que via Miss Cegura,

meus pés fraquejavam,

meus joelhos dobravam

diante de tamanha formosura

ela tinha a doçura dos olhos da Maysa,

(e não me matou por acaso),

os lábios grossos da Angelina

e era “moça bela e moça fina,

desfilava na Portela e também

na Tupy de Braz de Pina”,

que nem Miquelina

moça de pele escura, não tinha frescura

de à meia noite estender a roupa no varal

apenas de calcinhas, achava normal,

dizia que ninguém veria nem ela e nem a roupa

enquanto eu surtava com a voz rouca

Miss Cegura definitivamente foi embora

e eu rasguei o meu seguro

de que nada me vale agora...

Aluizio Rezende
Enviado por Aluizio Rezende em 11/08/2016
Código do texto: T5725085
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