O CANTO DO UIRAPURU

Aqui nesta mata perdido

de amor; um amor proibido...

Desespero de uma mente nada sã;

eu te peço: "numa criatura emplumada,

me transforma, pra que junto da minha amada

eu possa sempre estar...ó, tupã!..."

"...Eu que já de seu coração sou cativo;

um amor impossível em que à espera vivo

de poder vê-la; seja noite, ou manhã..."

Do céu à floresta então veio

a pedido atendendo de quem ama o alheio;

transformando-o em um pássaro; tupã!...

Disse então: " se tu queres (eu não te proíbo)

com teu canto, conquistar a esposa do chefe da tribo;

mas, como pássaro, somente..." Ordenou tupã!...

Mesmo vendo do destino a insídia;

com seu canto conquistou o coração da sua índia;

fosse noite, ou fosse manhã!...

Do uirapuru quando ressoa o canto, tranquilo

o mundo todo para então pra ouví-lo;

é de um casal de se amar, no afã!...

São duas felizes criaturas aladas

que cantam seu amor, e são abençoadas,

abençoadas pelo deus tupã!...

(GERALDO COELHO ZACARIAS)

Coelho Zacarias
Enviado por Coelho Zacarias em 10/08/2016
Reeditado em 10/08/2016
Código do texto: T5724735
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