ACORDAR E PERCEBER
Acordar e perceber
O quão bom é teu amanhecer.
Sentir a falta do coração que ali palpita
E não conseguir esquecer
Aquela doce alma que a mim recita
A pureza da poesia do ser.
De noite, de dia,
À capela,
Numa sutil nostalgia
Que o calor revela
No ardor, na dor,
No ato de descrevê-la com alegria
Em versos singelos
Repletos de amor.
Onde senti o mundo que existia pra ela
Afinando-se ao meu,
E no interior do meu eu
(o coração acelera)
A alma desespera,
Pra sonhar o que nunca viveu.
Bela deusa singela
Que a mim seus versos deu
Ah, quem me dera!
Estar agora nos braços dela
Pra cobrar os tantos beijos que me prometeu.
Minha divina donzela
De olhos penetrantes,
De beijos flamejantes
E conversas infantes
Que ninguém acreditaria que aconteceu.
Ocultadas ali,
Nos degraus das escadas
A abraços e apalpadas
Pedindo-lhe
Para não deixar perder-me
Em meio aos olhares
Das paixões enevoadas...
In "POESIA" (Palavra é arte), 2016.
Sivaldo Souza"