EU SOU UM POETA

EU SOU UM POETA

Marcos Correia

Eu sou um poeta agressivo...

Eu sou um poeta bonito...

Eu sou um poeta feio...

Eu sou um poeta mais que isso...

Eu sou um poeta que merece viver como homem

Não como alguém que existem numa linha cortes

Que leva todos os sonhos das infelizes à morte,

Porque o que faço é acordar algo morto.

Sou um poeta cretino dizem por aí

Mesmo que não conheça o meu trabalho intelectual,

O meu ser genial, o meu caráter animal, eu sou um poeta judicial.

Eu sou um poeta que somente revela algo oculto

Que nos olhos nus não consegue enxergar,

Porque estão todos perdidos numa tempestade...

Numa ida sem volta.

Eu sou um poeta que chora e lamenta

Embora esteja tudo no mar, no ar, no céu...

Só basta olhar com mais atenção,

Com os olhos de águias.

Eu sou por sua vez, um poeta sem língua.

Que representa a voz muda de alguém tímido,

Que tenha medo de se aproximar da beleza desigual,

Que fazem os loucos ficarem curados...

Sem precisar beber toda água amarela.

Eu sou também um poeta afora de sua época

Que vive no meio de gente sem face, sem coração,

Sem cabeça, sem imaginar as linhas do tempo...

O tempo da voz esquecida dos choros erguidos das águas.

Eu sou o poeta que mora na vila sem nome

Uma vila que crescem tantas pessoas sem mentes,

Sem dentes, sem cabelos, sem respeito...

Sem preço, sem opresso.

Sou um poeta sem acreditar numa pinta em teu rosto

Ainda que tenha acreditado várias vezes em você,

Porque tive a certeza em um piscar de olhos,

Que puderam falir todas as minhas dúvidas.

Eu sou apenas um poeta que escreve invenções

Que nascem de um olhar sincero em todas as margens,

Em todas as quedas de choros de alguém perdido,

De alguém sofrido num mar traiçoeiro.

Eu sou poeta... Um poeta... O poeta...

Um poeta pra todos os famintos.

Um poeta pra alimentar as almas desanimadas...

O poeta que vale a pena conhecer um dia.

Marcos Olavo
Enviado por Marcos Olavo em 07/08/2016
Código do texto: T5721403
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