SOBRE O MAR DE LAMA
Deixe eu te dizer amor
o que não foi dito,
olhos opacos, as mãos com emoções
a procura da tua doçura, da juventude bendita.
Deixe eu viver esse momento louco, mágico
onde encontro a razão, o prazer, a dor,
sobre a estupidez da tua boca
encontro a vida, misturada a dor.
Deixe me enganar nesse desejo sublime,
o encontro entre o prazer e a ilusão,
minto a mim, mais que alvoroço, ó verdade!
seu corpo junto ao meu, e tua alma tão distante.
Tão pouco tempo, ó miserável desejo!
que se sacia sobre um turbilhão de ilusão,
estupidez, arrogância, indiferença,
e eu jogado aos teus pés, sobre o mar de lama.
Nesse encontro, não te encontro, grita a alma
a implorar que finjas que me ama,
rouba as minhas migalhas, meus sonhos,
então mata, estrangula esse desejo sublime
onde encontro a vida, ó maldição!