O que faço?
O que faço?
Se os seus lábios
se prolongam nos meus?
Se o perfume não se evapora
Passa o tempo, passa.
Se tua retina se desenha
nas cores da poesia?
Se amanheço em ti,
antes de orar?
Se no Ipê te reinvento?
Florido, presença. Seco, ausência
No Sol, vida que incendeia
No crepúsculo, saudade
O que faço?
Se és estuário do meu rio
em sonhos e desejos?
Se não encontro saída no
labirinto que há em ti?
Olynda Bassan