DOR ASSASSINA
Brinco, um brincar perigoso
onde tudo é sagrado, tem luz, tem vida,
brinco de ser eu, o outro, o mais sublime,
brinco comigo, quando toco o seu rosto.
Neste brincar, em tarde ensolarada
onde te espero, te carinho, te desvendo,
me jogo ao abismo, no caminho da luz
onde estar o eu, a plenitude da vida.
Brinco de ser amado, querido, um brincar louco
onde tudo se define, encontro o outro, o todo,
mas o todo termina, quando a migalha determina
e faz-me viver, num momento assassino.
Que brincar é esse? Que me leva ao paraíso
Com alma estrangulada, sob o olhar negro do destino,
estar em minhas mãos o teu corpo desnudo,
mas no meu peito, a maldita dor assassina.