DOR ASSASSINA

Brinco, um brincar perigoso

onde tudo é sagrado, tem luz, tem vida,

brinco de ser eu, o outro, o mais sublime,

brinco comigo, quando toco o seu rosto.

Neste brincar, em tarde ensolarada

onde te espero, te carinho, te desvendo,

me jogo ao abismo, no caminho da luz

onde estar o eu, a plenitude da vida.

Brinco de ser amado, querido, um brincar louco

onde tudo se define, encontro o outro, o todo,

mas o todo termina, quando a migalha determina

e faz-me viver, num momento assassino.

Que brincar é esse? Que me leva ao paraíso

Com alma estrangulada, sob o olhar negro do destino,

estar em minhas mãos o teu corpo desnudo,

mas no meu peito, a maldita dor assassina.

LAZARO MARTINS
Enviado por LAZARO MARTINS em 03/08/2016
Reeditado em 04/04/2024
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