Elegia á musa
Deixo perder-se o meu olhar,
iludido a contemplar a tua silhueta
e na nobre arte de poetizar,
empunho com emoção minha enfática caneta.
A visão que adorna meu desejo,
é um misto de anjo e mulher,
tem na face um suave gracejo
e o olhar de quem sabe o que quer.
Poderosa ninfa que me inspira,
contagia e acelera a minha pulsação;
por ti meu Eu poeta suspira...
Tu és a melodia que enfeita a canção.
Dos olhos verdes que me atraem,
guardarei o brilho e alegria.
Sou a mão, escravizando a caneta,
transformando tua imagem em altiva elegia.
As rasuras que marcam minha alma,
são os motivos de minha tristeza.
Que venha o tempo mostrar-me o contrário,
preenchendo este vazio com beleza.