ÊXTASE

Quanto mais fujo de ti

Mais consigo te perceber, como se fosse

O maior dos absurdos, dos meus tormentos.

E quando vem a mansidão da noite fria, entre

Meus lençóis , sinto teus dedos me desnudarem

Com a magia do mesmo toque de sempre.

E assim, sinto a mesma ânsia, do teu desejo ébrio,

Quando a mim, se entregava nas madrugadas

Sem pudores. Quando me fazia respirar o teu cheiro.

Esse cheiro de orgias que deixou em mim,

Onde, ainda me entrego na demência surda e muda

Quando me deixou o silêncio, sem o sussurro da tua voz.

E ainda assim, posso sentir o teu toque, esse toque

Que mansamente nos faz possuídos, como se

Eternos fôssemos, na sofreguidão,

De um êxtase em contentamento.