Prazer de Amar

Prazer de Amar

Gera-se, no poeta, vivo,

o prazer do amor eterno;

o frémito da sua criação

lhe invade a mente febril,

e o deleite de amar escorre

pelos seus dedos trémulos,

em palavras incongruentes

à lógica na pureza do papel.

Só no sonho intemporal, o poeta

decifra a amálgama dos rabiscos,

descodificando-lhes as emoções

no tempo dos sentimentos vividos.

E nesta perturbada melancolia,

o poeta levita de si mesmo,

voa, nos acordes dos cantos da beleza

que trespassam o coração desejado.

O poeta inspira-se na natureza,

nos aromas vivos que o enamoram;

No seu olhar trespassam cenas,

cores e movimentos infinitos.

Ouve, o poeta, melodias dolentes,

envolvendo-o no êxtase do desejo.

Mas o seu ser se encerra, feliz,

no prazer de amar a eleita amada.

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Poeta sem Alma
Enviado por Poeta sem Alma em 26/07/2016
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