Noite de Verão
A noite desceu na praceta
das traseiras. Os pardais amalharam
há muito.
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Na rua, a esplanada encheu-se
de petiscos, e cheira a caracóis,
cerveja, e mariscos
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São cheiros de Verão. A aragem
que desliza pelos guarda-sóis
da esplanada
sobe-me à janela e sabe-me
a praia, liberdade,
caldo-verde,
e arroz-doce com canela
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Sabe-me à infância,
quando os dramas eram maiores
que o mundo
e me fizeram reduzi-los ao tamanho
das bonecas
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© Myriam Jubilot de Carvalho
23 de Julho de 2016
Inédito
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