SALIVAR
São afetos, gestos, risos que não se podem traduzir ou explicar,
Que transcendem as palavras que por mais bonitas são letras que não podem acariciar,
Quem vem um passo à frente tem acesso ao tímido brilho deste olhar,
Sem saber se este amor é o correto, mas que se joga a arriscar.
Estes risos fáceis, bobos, doces, que ao calar troca olhar,
Agride a alma quem não permite e se furta a acreditar,
Felizes os lábios se encontram e a língua dança a salivar,
Os braços apertados dentro da camisa queima no calor da pele a tocar.
Cada passo com você, parece verso certo a me proteger,
O seu cheiro estampado em minha camisa, não permite esquecer,
Desconsertado olhando o nada tenho risos sem querer,
A memória como foto passa a cada instante a revirar.
Um querer constante, eufórico, arde para repetir,
Precipitado, adiantado, visando antecipar,
Sem perder o tempo, se lançar no vento e aprender voar,
Como os sonhos que os seus beijos podem despertar.