CAIXINHA AMASSADA
Embrulhei meus sonhos em uma caixinha amassada, parecia mastigada,
E a escondi entre as cores das flores em meu jardim,
Voltei a meu quarto para assistir filmes sobre o amor,
Repentinamente adormeci, como uma criança no colo da mãe,
Em meu sonho ventava quente, eu corria e dançava uma dança de ciranda,
As folhas voavam para lá e voltavam retornando aos meus pés,
Com uma mão aproximava a rosa para sentir seu cheiro,
E em minha outra sentia as cocegas provocadas pelas joaninhas.
O som de uma ligação me despertou, abri os olhos e vi o teto,
Minha cama estava quentinha, parecia um ninho de passarinho,
Atendi apavorado, mas era só uma empresa oferendo um novo plano,
Todos os meus contatos permaneciam na mesma enrolação,
Sem atitude, palavras e mais palavras que me entediavam,
Lembrei e corri para o jardim, minha caixinha estava lá,
Acima de sua tampa algumas pétalas as deixaram colorida,
Fiquei feliz, pois senti meus sonhos sendo aquecido naquele sol de primavera,
Mesmo querendo entregar a caixinha nas mãos do cavalheiro distante,
E desejando que o contato abandone seu arrodeio,
Me surpreendendo com uma ligação,
Dizendo “hey, estou no portão da sua casa, vim te abraçar e beijar”,
Eu sei, que tolo sou eu, um menino que sorri para o pôr do sol,
E sonha acordado com o nascer de um amor,
Sentado com uma caixinha amassada nas mãos, esperando aquele alguém para presentear.