Pra que porquês ?

Pra que ?

Pra que tanta marra,

tanto alarde

era pra ser apenas um beijo roubado,

desses de fim de tarde;

Pra que ?

porque ruir os amores passados,

esquecer-se dos beijos atordoados

das gélidas mãos fotografadas,

da túrbida perna fria, sobre o cobertor nos dias de inverno;

Porque ?

Por outro alguém mais próximo, mais faceiro ?

Que conversastes contigo o dia inteiro ?

Ficou esquecido o meu perdido pedido de brigadeiro;

O beiral da janela na foto, revelando teu novo endereço,

não sou desses de botar um cabresto,

mas penso em fazer uma serenata ofertada ao peito,

que tanta mágoa carrega em seus anseios.

Cadê ? o sorriso cínico da menina mimada...

As frases despreparadas, há aquela "voz bugada" !

Cadê o telefonema sempre ofertado no dia do meu aniversário ?

Ouvindo ao fundo o relicário, ou em um 31 de dezembro qualquer;

Cadê o telefonema feito por engano,

( achastes que jamais descobriria)

O meu choro no fundo soprado;

o coração com cachaça desencanado,

(dizendo que não mais voltaria a amar)

fazendo burrada, sofrendo calada.

Pra que ?

Porque ?

Os dias de farra, noites atordoadas

fazendo da esfera bola quadrada,

incumbente ao meu destino, pobre menino;

( que cansou de ligar ao fim do dia,

aguardando a velha melodia da caixa postal)

#V

Henry Moody
Enviado por Henry Moody em 19/07/2016
Reeditado em 19/07/2016
Código do texto: T5702614
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