HOJE, AMANHÃ E SEMPRE
Quando me quiseres tua
Não me adivinhes, simplesmente
Como quem lê um tarot,
Como mero quiromante,
Sentindo só minhas linhas
Na palma de tuas mãos.
Passeie pelo meu tudo, ainda que obscuro,
Pra desvendar-me o inconfesso prazer...
Decifra-me se puderes,
Se conseguires minhas luas compreender,
Mergulhar em meu profundo oceano
A desvendar a força de minhas marés,
Adentrar no âmago de minha existência
E resistir o ímpeto de minha combustão
Quando me afloram incandescentes lavas
Às raias magmáticas, no fogo da loucura e paixão.
Há segredos escondidos sob a minha epiderme
Há mistérios tão profundos em meu ser
Que só com teus sentidos podes ver
Desvendar-me na nudez da alma
Entre um suspiro camuflado de desejo
Ou o exagero dos gemidos transcrevendo emoção.
Seja no puro sabor do pecado lapidando coração,
Nos ritmos dos corpos suados, no sigiloso leito enluarado,
No cheiro de pele exalando amor e cio
Temperando a negra noite até o alvorecer...
Em minha alva pele há tantos enigmas...
Se me decifras, sou tua esfinge em eterna novidade
Decifra-me então,... Se puderes, tente.
Hoje, amanhã e sempre...
By Nina Costa, em 01/07/2016
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N.A.: Feito para o concurso de TemaPoesia da Casa dos Poetas e das Poesias, sendo classificado em 4º Lugar.