HOJE, AMANHÃ E SEMPRE

Quando me quiseres tua

Não me adivinhes, simplesmente

Como quem lê um tarot,

Como mero quiromante,

Sentindo só minhas linhas

Na palma de tuas mãos.

Passeie pelo meu tudo, ainda que obscuro,

Pra desvendar-me o inconfesso prazer...

Decifra-me se puderes,

Se conseguires minhas luas compreender,

Mergulhar em meu profundo oceano

A desvendar a força de minhas marés,

Adentrar no âmago de minha existência

E resistir o ímpeto de minha combustão

Quando me afloram incandescentes lavas

Às raias magmáticas, no fogo da loucura e paixão.

Há segredos escondidos sob a minha epiderme

Há mistérios tão profundos em meu ser

Que só com teus sentidos podes ver

Desvendar-me na nudez da alma

Entre um suspiro camuflado de desejo

Ou o exagero dos gemidos transcrevendo emoção.

Seja no puro sabor do pecado lapidando coração,

Nos ritmos dos corpos suados, no sigiloso leito enluarado,

No cheiro de pele exalando amor e cio

Temperando a negra noite até o alvorecer...

Em minha alva pele há tantos enigmas...

Se me decifras, sou tua esfinge em eterna novidade

Decifra-me então,... Se puderes, tente.

Hoje, amanhã e sempre...

By Nina Costa, em 01/07/2016

***

N.A.: Feito para o concurso de TemaPoesia da Casa dos Poetas e das Poesias, sendo classificado em 4º Lugar.

Nina Costa
Enviado por Nina Costa em 17/07/2016
Código do texto: T5700156
Classificação de conteúdo: seguro