CORAÇÃO CIGANO QUE SÓ QUER AMOR

As madeixas repousam satisfeitas,

Nela iniciam-se todas as receitas

Das imaginações febris tão férteis

Dos carinhos calados e inertes.

Os dedos curiosos furtivos bolem...

Sonoramente nossas bocas se consomem...

Em nossos corpos não há espaço pro ciúme;

Os desejos perversos elevam-se ao cume.

Sussurros e respirações tão ofegas;

Nossas pernas roçando-se tão sôfregas,

Roupas esvoaçadas pelas paredes

Genitálias procurando-se com tal sede.

A vida dá mais uma chance.

Aos corpos num real alcance.

Esquece-se o vil e o pecado;

Não há mais o certo ou o errado!

Descartamos os problemas lá fora

Não pensamos sequer em ir embora.

Já está amanhecendo um novo dia...

E ainda refazemos instantes de magia.

Longe daquele lugar, de volta a vida normal

Eu, vil e egoísta, idealizo planos sem igual

Os mais inocentes. Os mais profanos.

Blasfemo: “Meu coração é mesmo cigano!”.

Marcos Antony
Enviado por Marcos Antony em 13/07/2016
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