MARIA
Quando olhares à noite,
verás meu tapete,
cruzando o céu,
igual açoite,
comigo suspirando em falsete,
desejoso de teu mel.
Quero sussurrar em seu ouvido,
morder-lhe o lóbulo, pois duvido,
que outro possa te tratar assim,
Ah, Maria, não fiques longe de mim.
Moverei dunas, construirei abrigo,
farei almoço;
Literalmente, qualquer alvoroço,
para tê-la comigo.
Não é qualquer Maria,
é minha;
e se outro por sua a tinha,
a este incauto eu diria:
esta é minha! Minha Maria!
Que de outro modo não seria,
pois de nada adiantaria,
ter vida, céu e mar,
se a tu, Maria, eu não puder amar.