Devora-me
Devora-me
Com o olhar
Com o teu toque suave
Com a sensibilidade
De quem sabe
Devorar sem machucar
Uma flor
Devora-me com tua alma
Com toda devoção
De quem sabe
Que devorar não é comer
E sim saborear lentamente
Sentindo no corpo
Todos os sentidos
Que há em uma flor
Devora-me
Como se eu fosse a oração
Que todos os dias teu coração
Sedento de desejos
Implora ao criador
Devora-me mansamente
Suavemente
Para que sintas de fato
O que venha a ser o amor
Devora-me no deleite pleno
De estar
Saboreando tua flor...
MARIA CÉLIA PINHO