CONFRONTOS
O Amor adoeceu seriamente…
Levado às pressas ao hospital,
De imediato adentrou à UTI
Com alto grau de intoxicação.
Havia em si partículas de Ciúme
Que eram manipuladas pelos
Gases da Inveja… Sintomas vis
Nocauteavam-no sem piedade…
Algum tempo ficou incomunicável
Até que recebeu importante visita:
A Esperança o viu em seu martírio
E foi solenemente recebida. Choro!
Ambos se abraçaram, emocionados.
Enxugaram-se as lágrimas e falaram.
Trocaram ideias sobre a Vida e o Bem.
O Carinho e a Ternura vieram do além
E trouxeram flores e votos de saúde.
A Alegria era uma tenaz enfermeira.
A Meiguice, médica de bons predicados,
Diagnosticou o Ódio como responsável
Pelas calamidades que vitimaram o Amor.
O Orgulho, a Hipocrisia e o Egoísmo eram
Considerados coadjuvantes do Ódio e
Era necessária uma trama bem edificada
A fim de retê-los em seus malabarismos.
A Maldade era a grande chefe dos inimigos
E em suas artimanhas muitos pereciam…
O tempo passou, o Amor recebeu alta.
E agora? Pensavam. Será grande a batalha,
Mas todos os sentimentos do lado Virtude
Estavam reunidos num esconderijo secreto
Localizado em um imenso jardim de flores,
Onde as orquídeas e os girassóis habitavam.
Todos os demais perfumes desse lindo jardim
Resolveram lutar contra o lado Perverso da Vida.
Inúmeros planos foram elaborados e discutidos.
O ladro Perverso nem suspeitava do que se tramava.
A Preguiça foi chamada a cooperar, mas alegou
Encontrar-se bastante cansada e com sono…
Indicou a Coragem que morava nas redondezas
E a Coragem tomou as rédeas do lado Virtude.
Estavam todos prontos e vacinados para a guerra,
Um confronto social que chamou a atenção do orbe.
A Felicidade, a Harmonia, a Beleza e a Sinceridade
Embarcaram num navio onde havia muitas armas,
Contudo nenhum armamento de fogo. A munição
Era a Palavra que foi festivamente convidada para
Ser a pólvora que incendiaria os maus costumes
E os destranbelhados prazeres ilícitos do mundo…
E todos se infiltraram nas escolas, nos jornais e
Em muitas revistas de grande circulação. Invadiram
Todas as mídias possíveis como rádio, televisão e,
Como não poderia deixar de ser, fecharam a internet.
O Conflito estava declarado e o lado Perverso foi pego
De surpresa… Sem chances de reação, apelaram…
A Hipocrisia pediu clemência à Verdade que a fez
Prisioneira e também a confessar todos os males
Cometidos contra a humanidade. Vitória na certa!
A Humildade lutou contra o Orgulho e o fez vomitar
Para sempre sua cachaça hedionda… A Solidariedade
Investiu contra o Egoísmo que tentou fugir, porém
Para toda a eternidade foi acorrentado e sumiu…
Assim, houve batalhas e mais batalhas entre todos
Os sentimentos antagônicos… No entanto, o mais
Importante ainda não ocorrera e estava prestes a
Acontecer. O Amor, totalmente recuperado, foi em
Busca do Ódio e da Maldade, sendo ajudado pelo
Bem, que distribuía sorridos por onde passava.
Ódio e Amor ficaram face a face, Bem e Mal se
Atracaram e a luta rendeu horas e mais horas…
Afinal imensa fumaça cobria os céus… o que era?
O Ódio caiu diante do Amor e estourou-se no ar,
A fumaça era a despedida em definitivo dessa raça.
O Mal tentou enganar o Bem, todavia escorregou
Em seus próprios delitos e machucou o pé, ficou
Sem andar e tornou-se presa fácil… Tudo consumado!
Houve uma grande festa nos salões da Sabedoria.
Nenhuma ausência foi notada pelo lado vitorioso.
Uma imensa assembleia gritava e aplaudia, feliz…
Agora, adentraria o que era o mais esperado após
A grandiosa vitória da Virtude. O aroma era bom.
Nos braços das flores pôde-se ver entrar o Paraíso!
DE Ivan de Oliveira Melo