E então ele voltou...
Abriu a porta devagar
Deixando seu perfume entrar
Veio em passos lentos
Eu já pressentia aquele momento
Com os olhos a lacrimejar
Ele sentou-se em nossa cama
E confessou ainda me amar
Mentiu que não mais me queria
Que em nosso quarto não mais pisaria
Pediu que em seus olhos olhasse
E disse segurando-me a face
Que eu percebesse o quanto me amava
E que a distância o dilacerara
O ciúmes o fizera perder a calma
Tudo que havia dito foi na hora da raiva
Ele então continuou
Dizendo que havia me magoado
Mas quem amando nunca errou
E eu com meu coração ainda magoado
Com a forma que havia me tratado
Nunca ficamos tanto tempo separados
Eu sempre escutando-o calada
E meu silêncio o aliviava
Ele bem sabia
O que com meu silêncio eu queria
Foi então que nosso lábios se renconciliaram
Num intenso beijo demorado
E na mesma cama que brigamos
Mais uma vez nos amamos.