O Perfumista

Ele passeia pelo campo, busca o cheiro das flores no vento.

Ele enfeita os frascos e as caixas porque sabe que sua alquimia é um presente para alguém.

Ele traz um mundo em notas, ele guarda a essência da poesia no tempo.

Ele traz uma fruta para completar uma flor

Ele combina a madeira com um pouco alguma folha verde

Ele junta seus sonhos e um amor

Eu senti seu perfume quando chegou

Era o perfume de uma rosa aquecida na sua pele

Ele trazia um sorriso e um pouco de alegria em mim deixou

Ele me contou sobre os cheiros que sentia e sobre os sonhos que cultivava

Sobre a vida e sobre o amor que procurava.

Eu trazia raízes fracas e folhas secas que do outono sobrou

Espinhos de amores passados e galhos machucados que o tempo ressecou

De nada do que eu trouxe se fazia perfume

E o perfumista se assustou

Tentou regar o que podia virar flor e alimentar o que ainda tinha vida

Mas o veneno dos meus espinhos ao perfumista envenenou.

Foi quando percebi que uma semente em mim ele quis plantar

Que floreceu e tudo perfumou

Dela fiz antídoto

E ao perfumista prometi seu coração guardar.

Dan Alterego
Enviado por Dan Alterego em 06/07/2016
Código do texto: T5689119
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