Meu Lírio

Meu Lírio

"Meu doce lírio, minha amante

Eterna dos campos em flor,

Vestida de cetins azul

E branco alvo como neve.

Tão dentro de mim, mas distante

Nos campos verdes do sol-pôr,

Cativa nas terras do sul,

Fustigada por brisa leve.

Meu amor, meu lírio rosado,

escrevo-te com o coração

desfeito de dor e do teu

desejo que desiste de viver.

Ouvi dizer que nesse prado,

gerado pela ilusão,

da harmonia e da beleza,

as flores teimam em morrer.

Os asquerosos germes,

de odio e de raiva,

foram-lhes traiçoeiramente

lançados, vergando-as sem dó.

E os perfumes inebriantes

Que em voluptuosa dança,

Eram ofertados à mente,

São insípidos grãos de pó.

Não morras minha terna flor,

não te curves à voragem

das chamas, em redor,

vorazes cuspindo cinzas na raiz.

Mas se no meu coração a dor

de te perder surgir, coragem,

arrancá-la-ei com tenazes

e lhe gravarei a tua flor-de-lis".

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Poeta sem Alma
Enviado por Poeta sem Alma em 04/07/2016
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