VENCIDOS PELAS IMAGENS DO MUNDO

… sempre voam
pássaros pelas manhãs de nossas
ruas,

sempre pousam
borboletas nos jardins e nos canteiros
de nossas casas,

sempre se deitam
anjos em nossas mentes, ao leito
em que com os corpos
nos prostramos,

nossos sonhos
sempre foram estranhos, profusos
e confusos;

nosso passado,
com o pretexto de nos melhorarmos
reciprocamente sempre
foi morto com novos
presentes imudos:

e às correntes
negras sequer conseguimos amordarçar
com nossas incautas línduas,

e as imagens,
as piores imagens fabricadas em nossos
esconderijos, pipocaram-se
por longos anos

em saraivadas
terríveis ditas um ao outro,
enquanto os amantes se diveriam e riam
dos dois tolos,

que,
resistindo juntos,
assim se foram em aliterações insanas,
até a recíproca morte
vazia.
Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent)
Enviado por Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent) em 03/07/2016
Reeditado em 03/07/2016
Código do texto: T5686453
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