Portas Fechadas

Fechaste todas as portas

Da sua vida e do seu coração

Fechastes de tal modo

Que ficastes presa de si

Foi-se o ontem, o hoje e o amanhã

De seu eterno garoto

Nem saudades sentirás

Será somente uma vaga lembrança

Sem calor e sem amor

Somente deixastes a dor

Nem a flor carregastes

E sem bens querer ficarás

Não partistes, porque nunca chegastes

Deixas pra trás o traste

Como um amor amador

De um jeito assustador

Oferecendo falsos sorrisos

Oferecendo falsos abraços

Manifestando sua ausencia

Ainda que estivesse presente

Não temos mais o que viver

E nem como sobrevive

Não mais viverei das sombras

Não mais viverei das sobras

Nada mais tenho para oferecer

Nada espere ao amanhecer

Nada espere ao anoitecer

Nada mais para enaltecer

Mataste-me em segundos

Abatendo-me em minha tristeza

Mergulhado pra sempre num sonho

Na certeza de jamais acordar

Seguirás a sua vida

Colhendo o que plantastes

E eu seguirei a minha

Pra sempre longe de ti

8 de dezembro de 2013