CARTAS A NINGUÉM

Escrevo cartas a ninguém.

A ninguém direcionadas.

Apenas algumas linhas mal traçadas.

Não sei...

É que guardo no peito uma dor.

E uma alegria.

Preciso desabafar.

Falar deste amor.

Eu o conheci numa esquina da vida que a gente se sente perdida.

Eu ia desanimada.

Que nada!

Eu ia era desesperada.

E ele chegou como luz.

Veio invadindo tudo.

Da escuridão eu me esquecia.

Era tanta sua claridade que eu comecei a lhe dedicar poesia.

E lhe falava todo santo dia.

Comecei a viver esta utopia.

A mais louca e doce fantasia.

Imaginava-me nos seus braços estreitada.

Comecei a dar risada.

Me sentia amada.

E era.

E fui... e sou.

Entre nós tudo tem sabor de eterno.

Tudo.

Cada frase que falamos.

O jeito que nos olhamos.

Entre nós tudo existe.

Então por que vou ficar triste?

Ainda somos... somos...

Sempre seremos.

Porque a eternidade nós ultrapassamos e nos reencontramos.

SONIA DELSIN
Enviado por SONIA DELSIN em 17/07/2007
Reeditado em 06/04/2011
Código do texto: T568180
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