CARTAS A NINGUÉM
Escrevo cartas a ninguém.
A ninguém direcionadas.
Apenas algumas linhas mal traçadas.
Não sei...
É que guardo no peito uma dor.
E uma alegria.
Preciso desabafar.
Falar deste amor.
Eu o conheci numa esquina da vida que a gente se sente perdida.
Eu ia desanimada.
Que nada!
Eu ia era desesperada.
E ele chegou como luz.
Veio invadindo tudo.
Da escuridão eu me esquecia.
Era tanta sua claridade que eu comecei a lhe dedicar poesia.
E lhe falava todo santo dia.
Comecei a viver esta utopia.
A mais louca e doce fantasia.
Imaginava-me nos seus braços estreitada.
Comecei a dar risada.
Me sentia amada.
E era.
E fui... e sou.
Entre nós tudo tem sabor de eterno.
Tudo.
Cada frase que falamos.
O jeito que nos olhamos.
Entre nós tudo existe.
Então por que vou ficar triste?
Ainda somos... somos...
Sempre seremos.
Porque a eternidade nós ultrapassamos e nos reencontramos.