Poema 0478 - Escravo do amor
Do amor sou escravo do amor amante,
antes preciso saber quem amar,
antes de tudo, quero a imagem fixa nos olhos.
Sou livre como sol e escravo como sombra,
é estrela que corre meu céu na noite,
assim como vou para sua cama na madrugada.
Fecham-se as luzes, seu escuro domina,
nem lua, nem estrela, nem sol,
nenhuma imagem mais para meus olhos.
O não saiu dos lábios que um dia era beijo,
o brilho ofuscou minha face aturdida,
resisto por um tempo, até o riso ir da boca.
Sou escravo da solidão em meio aos sonhos,
ontem construído entre nossos corpos,
o meu "te amo" não foi maior que sua teimosia.
Retiro meus desejos, meus mitos e meu amor,
guardo entre meus velhos pedaços de paixões,
se um dia acordar, estarei naquela música que ouvir.
05/10/2005