O AMOR E A POESIA
(Ester Farias de Oliveira)

 
Quatro mãos participantes e cúmplices daquele momento.
Lábios em batom rosado dissolvido e molhado no beijo real.
Nossa poesia tão eloquente e, esse amor, quão indecente.
Dois adultos perdidos e em busca de nenhuma explicação.

Um encontro de amor descomprometido. Confusas mentes.
Havia mais do que um único motivo, nosso amor e a poesia.
Para o amor limitação alguma e para os versos o que seria?
Cruzam olhares em lençóis limpos, amantes tão envolventes.

Natureza em tons mesclados, as cores refletidas, sabores.
Brilhantes sensores e sensíveis pelos magnéticos odores.
Retornando ao destino, o isolamento rompe todo o silêncio.
Restando os versos, sem qualquer hormônio. Apenas ócio.

A poesia é uma mente que brilha em uma alma cheia de dor.
O amor não existe quando um dos amantes era mero ator.
Do momento, apenas os versos, um mero arranjo que restou.
Cada um em sua tangente e assim o amor foi e a poesia ficou.