Lamento
Lamento
As palavras e seus sentidos,
Vão se despindo, lentamente,
Por trás dos lamentos doídos.
Na dor daquele que sente.
Em cada gota e de gota em gota
Escorrem pelos cantos da boca
O tempo, o segredo em cada beijo,
Vertigem, outrora, apenas desejo.
E, assim, nas palmas das mãos,
Soam como ecos, os sins e nãos,
Reverberam nos olhos a chama,
Aceno breve de quem se engana.
Despido do ardor e de todo zelo,
Puro capricho no prazer em tê-lo,
Fica este quadro como pedido de paz
Saudade antecipada do que se desfaz.