Moça
Tranquilo calmo profundo e claro
Como as aguas de um imenso lago
Que pelos remansos constantes
Provocados pelos mansos vento
Que descem das verdes montanha
Que velam todas as noites seu majestoso sono
E que durante os dias cortejam seu balançar
E nesse repetido balanço cortejante
Molda suas bordas fascinantes
Onde descansa fulgurosa aos raios do sol
E adormece inocente ao lume prateado da lua.
Insinuante e sensual como uma moça nua
Que cobre a beleza com um alvo lençol
Assim és por ti meus sentimentos
Tranquilo, calmo e poético
Que tudo pode suportar
Paciente justo e compreensivo
Que na mansidão dos dias vai singrando a sua espera
E na presença aquecida do sol
Meu latente coração deseja sua presença
E no escurecer frio das noites inconstantes
Apenas sonho com tua imagem escapante
E suportando calmamente sua impetuosa falta
Os dias passam vagarosamente
E quando descamba o sol no fim do horizonte
O avermelhar dos raios parece sangrar minha alma
Que suportando silenciosamente sua falta
Uma ausência infinita sua é a presença que tenho
Somado a um desejo de um sonho distante
Ter a sua companhia nem que seja um instante.