LIBERDADE DE EXPRESSÃO

(Por Aglaure Martins)

Debruçada na janela [do ontem]

miro-te a balouçar distante

no cais do horizonte.

Teço nuvem fio a fio

rede de pescar ilusão

q' atirada lá do monte

pesca apenas solidão.

Vestida de meia lua

sentada na estrada do sonho

nua em verso reverso

soprando partes do que componho

me disponho sem oposição

ao sopro que me proponho

estrela candente em implosão

no céu em ebulição

das noites ensolaradas

embaladas em delírios

de murmúrios risonhos.

Suponho que os instantes

vividos [de nós em nós ]

foram lira das palavras

melodia dos sussurros

acordes de brisa e tempestade

de almas e corpos desnudos

instrumentos líricos transcendentes

do universo atado[de nós em nós]

q' expressaram o nosso mundo mudo.

Debruçada na janela [do hoje]

vejo-te ainda mais distante.

Vestida de lua cheia, plena da razão

deixo-te em livre voo

p'ra viver crua emoção.

Suponho que todos os instantes

vividos[de nós em nós]

harmoniosamente serão livres

e livres também voarão.

Aglaure Martins
Enviado por Aglaure Martins em 19/06/2016
Reeditado em 19/06/2016
Código do texto: T5672416
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