COMEÇO A ACHAR QUE A NOITE SERÁ MINHA ÚLTIMA AMANTE

... e se,
por acaso, eu te chamar
para ser minha última fronteira
e para me amar numa noite
de escondido luar;

e se
eu te chamar para esquecermos
todas as águas passadas, todas as saudades
amargas, e fazermos um presente,
breve mas completo;

e se
eu te disser que a solidão
me devora e que preciso de uma amiga
e de uma amante que me
entenda e que me dê
a mão nessa hora;

sabe, baby,
a poesia nunca vai te abandonar,
mas, para manter a dor da parturiente,
às vezes, é preciso à aventura
se lançar;

e se
eu te disser que, em breve,
serei só ossos, poeira e pó e te chamar
para fazermos uma última
caminhada

rumo a algum
lugar ainda não conhecido
e não compartilhado, atropelando o zelo
pela urgência da vida;

tu também
dirás: “Tu és louco ou cão?”
Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent)
Enviado por Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent) em 19/06/2016
Reeditado em 20/06/2016
Código do texto: T5671831
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