Toda a ternura
E quando todo o sentimento
Tiver se esgotado,
Mesmo que deixe de te entrever
No maior dos meus sonhos,
E toda a sorte de estares e quereres
Se apossar de mim,
Tornando-me um ser contido
De garras e correntes,
Mesmo que isto não o deseje
Nem pense o impensável,
Saberei resgatar em sonho
Aquele teu olhar lendo minh’alma
E agradecido,
Por te querer assim e tanto,
Numa linha de desejos
Que se mesclam em espírito e corpo,
Acalentando o teu íntimo.
Mas, sobretudo lembra,
Que fomos ontem,
O que nos dispomos hoje
A encontrar no outro
A linguagem das mãos,
O sentir-se mais profundo,
O toque compassado do coração.
E mais, muito mais,
Na integração de intelectos,
A certeza de que somos iguais
Na diferença de pertencermos a mundos diferentes!
Mas, o mundo de sentimentos e visões...
Do ontem, hoje e amanhã!
Para que em algum lugar ou tempo que criarmos,
Possamos vislumbrar a ternura sempre existente!