Dois
A terra deu ervas e desassossego
pranto velado
dores onde o corpo nunca doía.
Eram fortes os dias
e amarga a ração de esperança
mas mesmo pouca fez brotar das pedras
uma mansa mão de suavidade
um corpo núbil
uma voz que sendo estranha
renasceu em mim.
E juntos vemos frutificar o medo.
O tanto sol ainda mata a semente
mas unidas as nossas vozes,
dores, lágrimas e esperança
tornam doce este deserto.