Amar! só d'um amor que tenha vida...
Não que sejam só tímidos os beijos
Sem que fique pelos delírios e desejos
Mas pela ação duradoura e esclarecida!
Amor que vive e brilhe! Luz fundida
Que venha de mim – nunca desejos
Nem artes do corpo – teus arpejos
Amor entregue como forma de vida!
Amor realizado em nós, noite do dia
Realizado sorrindo, firmeza dos braços
Nevoeiro das palavras, sempre fantasia...
Nem de mim o sol ou a lua erguida...
Nem corpos celestes, vazios espaços
Com posso ser nada se o amor tem vida?