SOMBRAS
Nas sombras da noite eu me levava
Pelas trilhas do silêncio até a aurora.
Via renascerem fantasias de outrora
E bebia do sol pálido a luz dourada.
No denso aroma notei o corpo suave
E como um vulto andei sobre conchas
Que são desejos que se desmancham
Sob o pudor dos vícios que são claves.
Tímido sentimento brotava displicente
Dentre as inflexões tombadas pelo cio,
Percebia-me em nudez o corpo doentio
Pelo viço que me maltrava de repente...
Deixei o prazer secar a volúpia infante
E nas sombras da noite fui o eu d’antes!
DE Ivan de Oliveira Melo