Escrevi Teu Nome

Escrevi Teu Nome

Madrugada na praia isolada,

caminho no ondular de vagas

mansas que me banham os pés,

e humedecem a areia de luar.

Respiro a forte maresia,

tento desanuviar a mente

embriagada de licores

e de paixões fugazes.

Como numa tela virginal,

ouso escrever teu nome

que se me varre triste

da minha mente entorpecida.

Chorando, de dedo em riste,

rasgo a areia ferozmente

e nela deponho um coração

vazio de contexto literal.

Espezinho, em fúria, o esboço

reescrevo o traçado das linhas,

faço e desfaço, grito e páro –

Nada tenho, esqueci-me de ti.

Estático, olho vago o horizonte,

culpo o mar de todos os erros,

e a lua por não me inspirar

um nome sequer de uma amante.

E da madrugada nasce a aurora,

o areal toma o seu tom dourado,

e eu, inerte, tremendo de frio

deito-me sem encanto e adormeço.

E sobre minha mão sinto leve

a tua mão renovando-me a dor,

ambas, unidas, esboçam de novo

um coração e teu nome: AMOR!

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Poeta sem Alma
Enviado por Poeta sem Alma em 12/06/2016
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