Escrevi Teu Nome
Escrevi Teu Nome
Madrugada na praia isolada,
caminho no ondular de vagas
mansas que me banham os pés,
e humedecem a areia de luar.
Respiro a forte maresia,
tento desanuviar a mente
embriagada de licores
e de paixões fugazes.
Como numa tela virginal,
ouso escrever teu nome
que se me varre triste
da minha mente entorpecida.
Chorando, de dedo em riste,
rasgo a areia ferozmente
e nela deponho um coração
vazio de contexto literal.
Espezinho, em fúria, o esboço
reescrevo o traçado das linhas,
faço e desfaço, grito e páro –
Nada tenho, esqueci-me de ti.
Estático, olho vago o horizonte,
culpo o mar de todos os erros,
e a lua por não me inspirar
um nome sequer de uma amante.
E da madrugada nasce a aurora,
o areal toma o seu tom dourado,
e eu, inerte, tremendo de frio
deito-me sem encanto e adormeço.
E sobre minha mão sinto leve
a tua mão renovando-me a dor,
ambas, unidas, esboçam de novo
um coração e teu nome: AMOR!
Leia mais: http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=294791 © Luso-Poemas