O Leito

Intrincados de beleza exclusiva,

Nascem os traços de sedição.

No ideário de leveza atrativa,

Cunhou-se a sedução.

Os braços manifestam a volúpia da vaidade.

Os lábios orquestram o flagelo da saudade.

Unidos no ardor da paixão escarlate,

Cada toque acrescenta, ao desejo, um quilate.

No oculto daquelas causticantes trevas,

O ar gélido que extirpa as rasteiras ervas,

Também é o que, aos amantes atravessa,

Mas neles a reação só mais os engessa...

Ao doce hálito do beijo cálido.

Mas é, de fato, estranho especular

Que a única a podê-los contemplar

É aquela a ceder-lhes um leito em abraço

Feito com galhos de seu próprio embaraço.

Rodrigo Leme de Oliveira
Enviado por Rodrigo Leme de Oliveira em 11/06/2016
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