Coração em fogo!
Não me procure por aí...
onde os amantes celebram a ausência e a presença foi transformada numa desnecessidade. Não! Não me procure no passado onde a lembrança se putrefez na recusa de ser rememorada. Não me procure no abraço contabilizado às migalhas como se a afeição, a vida, o amor fosse uma breve unidade de tempo.
Procura-me nos chamados dias grandes e nos mais insignificantes. De baixo da árvore da sua avenida predileta, na sua praça, ou num simples molhar de chuva. Sim! Entre os abraços e beijos, nas confissões desencaixadas. Procura-me lá... nas labaredas de tinta que riscaram o seu nobre coração. E por que não na harmonia dos acordes que adornaram a nossa caprichosa dança? Aí, nesse momento infinito em que o mundo todo foge-me dos pés.
Procure o executor da canção, da poesia e do amor.
E seja comigo um coração em fogo!