Devias era amordaçar o sol do teu sorriso
   antes de cegares o que ainda me resta de horizonte
   Mas não...
   Finges que nada sabes... Provocas !

   Unges os lábios a ópio e mel, e passeias,
   e reinas, absoluto, no céu de minha querência

   [ ... Ainnn... e como o sabes fazer... ]

   Como uma fervura a romper o sangue !
   A estrangular o coração à garganta !

   Tocas. Levas o desejo a ecoar vozes, de agora,
   de ontém, de onde nasce a radiosa fúria,

   a roçar, rés, rés, da pele à alma, em fogo e lava ;
   Como a morder o lábio inferior, apenas por castigo,
   apenas pelo prazer de manter-me, assim,
   atada,
   a um palmo do mar.



 


 

Ouvindo... 

 


DENISE MATOS
Enviado por DENISE MATOS em 07/06/2016
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