À JANELA DOS TEUS OLHOS.

Olhos meus, olhos teus; olhos bastam.

Tudo o que posso querer

Existe em teu bem-querer.

Como queria que olhos falassem…

Iluminarias-me á janela do pudor.

Teu corpo nu, tua alma esbelta.

Nada disso se preenche com palavras.

Só queria saber dizer.

Dizer sem dizer.

O que sinto…

Olhos nos olhos…

A cara que tu fazes.

Como se as crianças brincassem amarelinha lá fora…

Ou cá dentro, no meu coração.

Ainda assim seria pouco,

Me aventurar desprevenido

Por entre nossas selvas

Nossas roupas.

Nossos jogos.

Nossas crianças.

E eu não sei brincar…

Fico amuado, a espreita pela janela.

Esta criança, tola e birrenta; sou eu.

Não digo, mas sinto!

Palpita. Soluça.

Engasgado.

O coração rebelde.

A espreita

Á janela dos teus olhos.

Nosso encontro,

É festa no mundo de nós dois.

A gente dança.

A menina dança.

O coração cansa…

Pobrezinho,

Hoje decidiu chover.

Será que é mesmo chuva?

Não importa…

O silencio queima,

Tudo aquece.

Os olhos refletem,

E eu posso te ver.

…os olhos bastam.

Não parou de chover.

Mas ele soube esperar

Teu Sol raiar.

Hernâni Arriscado - À Janela dos Teus Olhos

Hernán I de Ariscadian
Enviado por Hernán I de Ariscadian em 07/06/2016
Código do texto: T5659726
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