CADÊ A LUA?
Todo dia, na primavera
depois de sentir o perfume
das flores, “eu borboleta”
voava pelos floridos campos
Nos dias quentes de verão
depois do calor do dia
num mergulho noturno, “eu jacaré”
no pantanal tranqüilo, dormia
Nos ventos fortes do outono
em vôos, “eu andorinha”
nas correntes, brincando
entre a terra e o céu, eu vinha
Nos dias frios de inverno “eu”
a voar nos ventos, sonhava
fecundar as flores e dormir no breu
e no fundo do lago me agasalhava
Hoje, já crescida, a pensar
o mundo, lá fora, ainda gira
mas, o “céu”, onde foi parar
se não nos sonhos da minha lira