CENSURA
Certo dia, não me esqueço, eu a vi...
Estava pálida e serena, branca e parda...
Taciturna, envergonhada de ser magra,
Esse então o crédito com que a descrevi.
Com os pés desnudos apreciava o bosque
E longos cabelos lhe davam um ar triste...
Lentamente andava com o dedo em riste
Como a dizer a si mesma: alguém me toque!
Na natureza curtia as delícias das orquestras
Que enchiam os espaços em ritmo de festas
E adocicavam os tímpanos em suas melodias...
Lá se ia pelas trilhas e eu fitava-a enamorado,
Contudo me censurava por ser então casado
E não poder controlar essa paixão tão arredia!
DE Ivan de Oliveira Melo