CENSURA

Certo dia, não me esqueço, eu a vi...

Estava pálida e serena, branca e parda...

Taciturna, envergonhada de ser magra,

Esse então o crédito com que a descrevi.

Com os pés desnudos apreciava o bosque

E longos cabelos lhe davam um ar triste...

Lentamente andava com o dedo em riste

Como a dizer a si mesma: alguém me toque!

Na natureza curtia as delícias das orquestras

Que enchiam os espaços em ritmo de festas

E adocicavam os tímpanos em suas melodias...

Lá se ia pelas trilhas e eu fitava-a enamorado,

Contudo me censurava por ser então casado

E não poder controlar essa paixão tão arredia!

DE Ivan de Oliveira Melo

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 04/06/2016
Código do texto: T5657487
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