A DECADÊNCIA DO RAPAZ QUE FOI EMBORA CEDO DEMAIS...

Pois quando você passa,

Por nos alegrar a graça,

De um sorriso de menino,

Por teu amor sou bandido.

Em si o amor dos sonhos,

Por me deter-me num engano,

De não buscar-te carinhos,

Sou homem com dividas.

Quando o tempo roubas-te,

Quando a paixão me abate,

Incrível é a sensação desta liberdade,

Sou boêmio dos acasos.

Mulher de beleza incrível,

Que vem e me assassina,

Sem por deixar auferindo,

Em questões de furto tu me estriba.

Pois por razões galantes,

De perdidos chamegos infames,

Em se tratando do nada por cada,

Este teu jeito doce me arrasta.

Moça que conquista a alma,

Em sofridos jogos de dados,

O pecado me assola na solidão,

Em ti perder sou cruel ladrão.

Quando a flor da raiz murcha,

Que enfeitiça e atrai esdrúxula,

Da fina flor do amém, meu bem,

Em tudo sou uma criança.

Que arroubos por fim desalmado,

Que copia-te e te veste de amor,

Não por merengue flor,

Os homens não têm coração.

E essa paixão me domina,

De ti perde-te bela menina,

Em aflorados gostos vis,

Dos amores teus em perdiz.

Quando a paixão não mata,

Quando a prisão me cala,

E disto me disfarço de todo um bem,

Sem amor, sem ninguém?

E quando tudo do roubo é devolvido,

De abraçar os alaridos,

Que não faísca a paixão,

Sou um pobre de gozos malferidos.

A paixão desta tua voz,

A paixão de mim tão atroz,

A paixão que me solta da goela solidão,

Por amores de tu querida me silêncio.

Vai dos sabores que não sei,

Vem de doenças loucas não ei,

Por onde anda a paixão?

Grita a moça os delírios régios.

Por muito me flechar uma agonia,

De segredos livres dos dias,

Não me ame me vigie,

Por muito essa paixão é história.

Quando me pergunto deste teu cheiro,

E me vem as ardências em zen,

Onde estão os sagrados disto tudo,

Sou um apaixonado, e, vagabundo.

Pois te aferir a causa deste sangue,

De sabores de uma luta de gangues,

Me perco no teu amor,

Sou menino ou um não sou?

Quando me vejo nos teus olhos claros,

E desta realidade eu me acho,

E ódio eu sinto neste corpo findo,

As dores vêm quando choramos nas trevas.

Em medos e paixões que me alimentam,

Quando penso nos segredos incertos,

E me abate os temores de um bem,

Sou escravo total desta vida além.

Quando o amor de uma moça me impinge,

Desabrocha nesta carne de soberanos ao medo,

Por pecar em corpos me arrasto vermelho,

Em virgem de minha mente reneguei-me.

Pois em ti moça de bem alheio,

Querer-te o anelo ligeiro,

Ficá-lo-ei refém desta tormenta,

Os bandidos e os ladrões em moça linda aquém?

Viscondessa de mística de um semblante,

Baronesa de matar-me arfante,

As cócegas da riqueza delirante,

Matar-te-ei por teus suaves beijos em maio.

Moça de sorriso que perdura,

Lindeza rapariga de ciúmes a poetar-te,

Rapariga moça de Portugal,

Me perco nuns infernos jograis.

Quando tudo isso nos teus olhos carrapichos,

E nada mais me assassina o espírito,

Vai além do mar sereias buscar ouriços,

Sou um profeta de mares egoístas.

Nada desta poesia faz sentido,

Por pecar nós acabamos tarde,

Em corações um desastre laico,

A religião é o princípio das artes.

Por meu desejo tão hipócrita,

De alegrias aos pulos pipocas,

Não veja crianças os alegros,

Pois por poetar rejeito-me nos estribilhos castos.

Desejos de rapaz sôfrego,

Que sem nenhum desassossego,

Vítreos armistícios das guerras,

Por amar-te me rezo a orar.

Moça de brincadeira que aferi,

Moça de maviosidade atrai-me,

Não por brincar de um romantismo,

Teu galanteio por me amar sara-me?

Moça de terra fofa do sertão,

De nada em metade de paixão,

Do solo caboclo detesta-me o capim,

Nada é igual ou não por existir?

Quando a flor machuca-me,

Quando o desejo consome,

Vai de encontros os sonhos,

Fica em metade de um beijo, cansa-me?

A amiga que me desarraigou os carinhos,

E não por ser um amigo não te encontrei,

Moça de saudosa imagem o coração abate-me,

Onde acharei os brilhos desta sina fraterna?

Quando tudo é ilusão,

Quando tudo é fascinação,

Não queira os embriagados esnobar-me,

Mata! Mata! Ou arrasa-me?

Nunca por pensar os teus cabelos,

E essa mecha que vivifica os reis,

Por te desejar um ouro escuro alguém,

Essa tua lindeza me maltrata, arrosta-me.

Virgem de beleza musicista,

Garota do arroubo que me assola,

Nunca será a paz uma eternidade,

Fica-te moça bela ou por ti mesmo nada?

Nunca se viu um sorriso tanto,

Que alegra os demônios,

E nesta charmosa amalgama,

Trilhões de médiuns assola os poetas vândalos.

Eu bem sei que soubeste a verdade,

E nesta senda alastra-me,

Muita poesia me bastou,

Sou um sozinho em maldito desabrolho.

Quando vêm esta sina ridícula,

E as meninas se perdem por amar,

Não queira a fronteiriça desta delicia amalgamar,

Viva os delírios de mulheres a perpendicular.

Não queira nada isso por si não sei,

Busque os malmequeres rosa de sorte nem,

Não vá além desta imaginação?

Toda mulher é uma margarida de lírios.

Lírios que perfazem caminhos,

E nada disso é elísia de formosura nuas,

Os sonhos perfazem os ridículos,

Maldito! Maldito! Maldito não sei, o porquê de Emília.

Tudo se constrói,

Tudo se destrói,

E o amor é imortal até a raiz da consciência,

Em displicências de criação somática.

Quando os amores vêm,

E eu sem ninguém busco no olhar castanho,

Mata os apreços dissabores da loucura,

Me perder por ti é um sonho, sonho de alguma.

Vida de paixões que assolam os deuses,

Que atropela e acalma,

Em derradeiros de uma desolação cruel,

Ser menino poeta é um martírio estrelar...

Francesco Acácio
Enviado por Francesco Acácio em 04/06/2016
Reeditado em 05/02/2022
Código do texto: T5657448
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