Poesia Felina: Athena
Do nada, e em uma hora inesperada, de noite, e com sua visão reduzida a 70% pela lógica óptica do destino, ela vem de encontro a mim. Seus olhos esbranquiçados como um universo esboçado, me sugou. Peguei-a nos braços, e o corredor da morte virou corredor da sorte. O que era pra ser uma simples visita, virou chegada. Ela não via sua comida, mas seu olfato cuidou de levá-la ao lugar certo. Seu nome vai ser Shiryu, num misto de fofura e humor negro. O asfalto virou um sofá, pesadelos viraram sonhos com novos sabores de Whiskas Sachê. Sua visão melhorou, mas ainda é possível sentir um corpinho esbarrando em nossas pernas. De cavaleiro à deusa do Olimpo, Shiryu virou Athena, mas continuava tão cego quanto Tirésias, e suas adivinhações se resumiam a alguém chegando no portão. Athena ganhou uma irmã...