Desejos em Taça

Desejos em Taça

Deite-se em taça,

de cristal de pé,

vinho de boa cepa,

vermelho de sangue.

Esquente-se lento,

num rodar seguro,

mire-se o espelhado

e olfacte-se a preceito.

Na borda comunguem

duas bocas ávidas de si

e prove-se misturando desejo.

De seguida, beijem-se,

com ardor de paixão,

consagrando o amor,

“quanto baste” a novo sorvo.

Apimente-se com toques de mãos

Irrequietas a sensibilidade cálida

de corpos gotejando suor.

Sorvam-se outras gotas,

com lábios entreabertos,

sôfregos e embriagados,

que se têm apenas unidos.

Esqueça-se a taça de cristal,

de néctar meio consumido,

contaminado de saliva a dois,

no meio da mesa de apoio.

Na manhã cansada, ao acordar,

olhe-se a taça usada na noite,

e suspirem-se ais de nus felizes

em memória do amor consumado.

Leia mais: http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=294119 © Luso-Poemas

Poeta sem Alma
Enviado por Poeta sem Alma em 03/06/2016
Código do texto: T5655741
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.