Limerência

Quando o adeus é uma funesta deixa

Qual a morte lhe parece tão íntima

É sensação de que tudo é coisa ínfima

Pois dor honesta se torna queixa.

É a certeza de que fica-se inquieto

Que nada da pessoa lhe é abjeto

Visto que a relevância é tão plena

Tal qual a cura nos olhos se amena.

O medievalismo e a sua santidade

A briga constante com a realidade

O desamparo desse universo vulgar

Me fez criar um paracosmo peculiar.

Vejo a angelical concupiscência

Deflagrada entre sorrisos e olhares

No silêncio dos silêncios em jantares

E jamais desembarquei da limerência.

O Dissecador
Enviado por O Dissecador em 03/06/2016
Código do texto: T5655565
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.